Na composição da água entram dois gases: duas partes de hidrogênio (símbolo: H) e uma parte de oxigênio (símbolo: O). Sua fórmula química é H2O.
Três quartos da superfície da Terra são recobertos por água. Trata-se de quase 1,5 bilhão de km3 de água em todo o planeta, contando oceanos, rios, lagos, lençóis subterrâneos e geleiras. Parece inacreditável afirmar que o mundo está prestes a enfrentar uma crise de abastecimento de água. Mas é exatamente isso o que está para acontecer, pois apenas uma pequeníssima parte de toda a água do planeta Terra serve para abastecer a população.
Vinte e nove países já têm problemas
com a falta d'água e o quadro tende a piorar. Uma projeção feita pelos
cientistas indica que no ano de 2025, dois de três habitantes do planeta
serão afetados de alguma forma pela escassez - vão passar sede ou
estarão sujeitos a doenças como cólera e amebíase, provocadas pela má
qualidade da água. É uma crise sem precedentes na história da
humanidade. Em escala mundial, nunca houve problema semelhante.
Tanto que, até 30 anos atrás, quando os primeiros alertas
foram feitos por um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU),
ninguém dava importância para a improvável ameaça.
A água e o corpo humano
Os primeiros seres vivos da Terra surgiram na água há cerca
de 3,5 bilhões de anos. Sem ela, acreditam os cientistas, não existiria
vida. A água forma a maior parte do volume de uma célula. No ser humano,
ela representa cerca de 70% de seu peso. Uma pessoa de 65 kg, por
exemplo, tem 45 kg de água em seu corpo. Daí sua importância no
funcionamento dos organismos vivos. O transporte dos sais minerais e de
outras substâncias, para dentro ou para fora da célula, é feito por
soluções aquosas. Mesmo a regulagem da temperatura do corpo depende da
água - é pelo suor que "expulsamos" parte do calor interno.
Dia Mundial da Água
A Organização das Nações Unidas instituiu, em 1992, o Dia
Mundial da Água - 22 de março. O objetivo da data é refletir, discutir e
buscar soluções para a poluição, desperdício e escassez de água no
mundo todo. Mas há muitos
outros desafios: saber usá-la de forma racional, conhecer os
cuidados que devem ser tomados para garantir o consumo de uma água com
qualidade e buscar condições para filtrá-la adequadamente, de modo a
tirar dela o máximo proveito possível.
Os Direitos da Água
A ONU redigiu um documento intitulado Declaração Universal dos Direitos da Água. Logo abaixo, você vai ler os seus principais tópicos:
- A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: é rara e dispendiosa e pode escassear em qualquer região do mundo.
- A utilização da água implica respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza.
- O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.
- Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade e precaução.
- A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo a nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.
- A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável pela água da Terra.
- A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.
- A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. Dela dependem a atmosfera, o clima, a vegetação e a agricultura.
- O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
- A gestão da água impõe um equilíbrio entre a sua proteção e as necessidades econômica, sanitária e social.
Água potável e água tratada
A água é considerada potável quando pode ser consumida pelos
seres humanos. Infelizmente, a maior parte da água dos continentes está
contaminada e não pode ser ingerida diretamente. Limpar e tratar a água é
um processo bastante caro e complexo, destinado a eliminar da água os
agentes de contaminação que possam causar algum risco para a saúde,
tornando-a potável. Em alguns países, as águas residuais, das indústrias
ou das residências, são tratadas antes de serem escoadas para os rios e
mares. Estas águas recebem o nome de depuradas e geralmente não são
potáveis. A depuração da água pode ter apenas uma fase de eliminação das
substâncias contaminadoras, caso retorne ao rio ou ao mar, ou pode ser
seguida de uma fase de tratamento completa, caso se destine ao consumo
humano.
Água Contaminada
Um dos principais problemas que surgiram neste século é a
crescente contaminação da água, ou seja, este recurso vem sendo poluído
de tal maneira que já não se pode consumi-lo em seu estado natural. As
pessoas utilizam a água não apenas para beber, mas também para se
desfazer de todo tipo de material e sujeira. As águas contaminadas com
numerosas substâncias recebem o nome de águas residuais. Se as águas
residuais forem para os rios e mares, as substâncias que elas
transportam irão se acumulando e aumentam a contaminação geral das
águas. Isto traz graves riscos para a sobrevivência dos organismos.
São vários os elementos contaminadores da água e os mais importantes e graves são:
Contaminadores orgânicos: são biodegradáveis e provêm
da agricultura (adubos, restos de seres vivos) e das atividades
domésticas (papel, excrementos, sabões). Se acumulados em excesso
produzem a eutrofização das águas.
Contaminadores biológicos: são todos aqueles
microrganismos capazes de provocar doenças, tais como a hepatite, o
cólera e a gastroenterite. A água é contaminada pelos excrementos dos
doentes e o contágio ocorre quando essa água é bebida.
Contaminadores químicos: os mais perigosos são os resíduos tóxicos, como os pesticidas do tipo DDT (chamados organoclorados), porque eles tendem a se acumular no corpo dos seres vivos. São também perigosos os metais pesados (chumbo, mercúrio) utilizados em certos processos industriais, por se acumularem nos organismos.
Fonte: www.webciencia.com
Guerra pela água
Já são 1, 5 bilhões de pessoas sem água potável e guerras pelos pontos podem acontecer no futuro; em São Paulo, esta ameaça pode ser compreendida pela observação da Paulista, a avenida que divide os que têm dos que não têm água boa.
Guerra pela água
Já são 1, 5 bilhões de pessoas sem água potável e guerras pelos pontos podem acontecer no futuro; em São Paulo, esta ameaça pode ser compreendida pela observação da Paulista, a avenida que divide os que têm dos que não têm água boa.
A falta de água é um dos principais probleas que a
humanidade vai enfrentear neste século. Água potável, como temos no sudeste, já
falta em grande parte do mundo. Moradias irregulares, canalizações mal feitas e desperdício.
As fragilidades do sistema de abastecimento de água em São Paulo são
consequências desses três fatores. Nas proximidades da Guarapiranga,
responsável pelo fornecimento de água a cerca de 30% da população paulistana, a
ocupação e a precariedade do sistema de tratamento de esgotos colocam o
manancial em risco. O sistema de distribuições com canalizações mal realizadas
leva a um desperdício de quase 40% da água nesse processo. Além disso, há a
colaboração dos usuários não conscientizados para o agravamento do problema.
No Município de São Paulo, o abastecimento de água é
alimentado por três sistemas produtores: Cantareira, Guarapiranga e Alto Tietê.
A Avenida Paulista pode ser comparada a um divisor de águas, isso porque ela
forma uma barreira física e geográfica que divide a cidade ao meio unindo os
três elevados que vão do Jabaquara até Sumaré. Sendo assim, o lado direito da
avenida, começando pelo bairro dos Jardins possui água tratada com muito cloro
de qualidade precária. Enquanto isso, no lado esquerdo, iniciado pela Bela
Vista os bairros são abastecidos pela água vinda da Serra da Cantareira, de
ótima qualidade.
Em toda a cidade de São Paulo, ou ampliando, em toda a
região Sudeste, os problemas de abastecimento são fruto da alta concentração populacional.
Em São Paulo, as obras urbanas levam ao desmatamento e a pavimentação para
construção de estradas e casas atinge e seca os mananciais que abastecem os
rios.
Assim, a cidade já chega quase ao limite da capacidade de
abastecimento e, de certa forma, já importa água. Já que as represas da região
metropolitana só dão conta de metade do consumo da cidade com suas próprias
nascentes, então o resto é bombeado da Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e
Jundiaí – águas que naturalmente correriam pelo interior do Estado.
Uma questão nacional
O Brasil é um país privilegiado quanto à oferta de água,
responsável por 14% de toda a água potável do mundo, abriga o maior aqüífero do
mundo, a Bacia Amazônica. Porém, localizado em uma região pouco povoada, o aqüífero,
que concentra 80% da água doce de todo o país, é distante da porção mais
povoada do território, a região sudeste, abastecida pela Bacia da Prata – cada
vez mais escassa.
Assim,
o problema da insuficiência de água, sempre comum à
região agreste, agora chega não só a São Paulo, mas a todo o país. E
estudos da
Agência Nacional de Águas, subordinada ao Ministério do Meio Ambiente,
afirmam
que até 2015 mais da metade dos municípios brasileiros terão problemas
de
abastecimento – 55% dos 5.565 podem sofrer esabastecimento nos próximos
quatro anos. Esse número é equivalente a 73% da demanda de
água no país.
Grande parte das unidades de abastecimento de água do país
está chegando a seu limite operacional, isso porque a demanda por água gira em
torno de 543 mil litros por segundo, número muito próximo ao da capacidade
máxima dos sistemas produtores, que é de aproximadamente 587 mil litros por
segundo. Essa quantidade, na divisão das regiões apresenta o Sudeste com 51%,
Nordeste 21%, Sul 15%, Norte 7% e Centro-Oeste 6%.
O problema não é só nosso
O mundo se encontra em fase de desenvolvimento desenfreado
da economia a partir da indústria e do modo de vida capitalista. Em seu livro
“A breve história do futuro” Jacques Attali alerta para as carências que serão
geradas a partir da Ordem Mercantil atual. Para ele, com a destruição das
Florestas e o crescimento das emissões gasosas o aquecimento da Terra irá
aumentar dois graus até 2050, sendo que nos últimos cem anos a média de aumento
foi de apenas meio grau. O aquecimento
trará muitas consequências para o mundo, algumas delas já são visíveis como o
derretimento das calotas polares, os glaciares da Groenlândia, segunda fonte de
água doce do mundo regridem muito rapidamente, entre 1990 e 2006 três milhões
de quilómetros cúbicos desapareceram do Pólo Norte.
Esses fatores unificados contribuem para falta de água que o
mundo deverá sofrer no futuro, segundo o autor. Isso porque, o aumento da
temperatura causa a desertificação de vastos territórios, como por exemplo, o
deserto africano que avançará todos os anos uma área correspondente a Bélgica.
Só no continente 700 milhões de pessoas viverão em áreas ameaçadas pela
desertificação. A água potável será, segundo Atalli, cada vez mais rara.
Atualmente metade dos cursos de água do mundo estão poluídos pela produção
industrial, agrícola e urbana.
A Serra da Cantareira é fonte de água de ótima qualidade,
que abastece a Bela Vista. O mesmo não se pode dizer dos Jardins.
Outro dado alarmante a ser ressaltado é que a humanidade já
consumiu 80% dos seus recursos de água doce natural, restando atualmente apenas
8000 m3 de água potável por habitante por ano, sendo que em 1990 a média anual
era de 15000 m3. Além disso, mais de 1,5 bilhões de pessoas já têm dificuldade
de acesso à água potável e 3,5 bilhões a água sã. Outro fator preocupante sobre
as águas do mundo é que todos os anos mais de 200 milhões de pessoas contraem
cólera depois de consumirem água contaminada, sendo a água poluída a causa de
morte de 15 mil pessoas todos os dias.
E o futuro dessa situação não é otimista. Attali alerta que
em 2025 faltará água potável para metade da população do mundo, principalmente
na África. Até 2040 a quantidade de água por habitante por ano deverá ser
reduzida na metade chegando a 4 mil m3.
É nesse contexto de escassez extrema que poderão acontecer
guerras por água potável. Ao longo dos últimos 50 anos já foram registradas 37
guerras com essa motivação e essa tendência só deve crescer já que 145 nações
tem parte do seu território sobre bacias hidrográficas que ultrapassam
fronteiras, sendo que um terço das bacias é partilhada por mais de dois países.
Além disso, países como a Índia, por exemplo, que possuem nascentes de três
rios o seu território, poderão tentar desviar seu curso. Inclusive o rio Nilo,
considerado o maior do mundo, é compartilhado por dez diferentes Estados dos
quais alguns sofrem fortes possibilidades de desertificação caso barragens
sejam construídas.
Existem possibilidades tecnológicas, de gestão e tratamento
que podem melhorar essa situação alarmante. Com projetos de saneamento urbano,
dessalinização da água do mar e gestão dos produtos agrícolas e industriais
poderia existir água doce o suficiente para 20 bilhões de pessoas,
principalmente duplicando os 70 bilhões de dólares utilizados atualmente para
esse tipo de projeto.
Com esse tipo de resolução é claro que o resultado para o
cidadão comum é o aumento dos preços da matéria prima e de seus derivados. No
entanto tecnologias podem ainda ser desenvolvidas para, como no caso da
dessalinização da água do mar, diminuir os problemas previstos pelo autor.
Fonte: www.paulista900.com.br
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