Relatório
divulgado nesta quinta-feira, dia 1º, pelo Consórcio Público de Saneamento
Básico da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Pró-Sinos) indica que os animais
foram intoxicados por produtos químicos de origem industrial. Na quarta-feira,
30, houve nova mortandade, maior do que a anterior.
Para o
coordenador do Pró-Sinos, Julio Dorneles, não restam dúvidas de que há despejo
ilegal de efluentes no manancial. Segundo ele, o baixo nível da água, o calor e
a pequena quantidade de oxigênio potencializam a ação das substâncias nocivas.
As análises dizem respeito ao trecho do rio entre os arroios João Corrêa e
Portão. Ontem, uma mancha vinda do arroio Pampa, em Novo Hamburgo, foi identificada
na base de captação de água do Serviço Municipal de Água e Esgoto de São
Leopoldo (Semae).
O
trabalho agora é para descobrir que empresas estariam despejando efluentes em
excesso. A titular da Delegacia de Proteção Ambiental da Polícia Civil, Elisângela
Reghelin, explica que inquérito foi instaurado para investigar o caso, mas
ainda não é possível apontar conclusões. “Já solicitei os resultados de todas
as análises que foram feitas a partir do material coletado no rio”, revela a
delegada, em entrevista ao Portal novohamburgo.org.
O prefeito
leopoldense, Ary Vanazzi (PT), presidente do Pró-Sinos, garante que os
municípios da região vão intensificar a fiscalização para prevenir desastres
ambientais.
Elisângela
Reghelin não acredita que o despejo ilegal, neste momento, tenha sido a
principal causa das mortandades. “É um somatório de fatores e a escassez de
chuva foi o estopim, o que não quer dizer que não haja o vazamento de produtos
químicos”, argumenta, lembrando que o Sinos é o terceiro rio mais poluído do
Brasil.
O esforço
da delegada é no sentido de viabilizar ações preventivas. Ela já conseguiu
aeradores para movimentar a água e melhorar a oxigenação. Precisa, ainda, de
geradores de energia para fazer os equipamentos funcionarem. “Temos que contar
com a colaboração da iniciativa privada.”
Arrozeiros serão investigados
Desde
segunda-feira, 28, a coleta de água para irrigação de lavouras de arroz está
suspensa, conforme acordo entre o setor e o Comitê de Gerenciamento da Bacia
Hidrográfica do Rio dos Sinos (Comitesinos). Entretanto, Julio Dorneles diz
haver indícios de que alguns arrozeiros descumpriram a determinação até quarta,
pelo menos.
A
delegada Elisângela Reghelin solicitou ao Departamento de Recursos Hídricos,
órgão da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, informações sobre as outorgas de
água. Ela quer saber quais produtores estão autorizados a captar e qual é a
quantidade permitida. Não está descartada a abertura de inquérito.
Foto: Felipe de Oliveira
Fonte: novohamburgo.org
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